Criança segurando uma câmera em seu rosto

Quando assistimos a um filme, seriado, novela, programa de TV ou até um comercial, podemos notar diversos enquadramentos da imagem. Uma cena de praia, por exemplo, começa geralmente mostrando o ambiente para situar o espectador quanto ao local onde estão os personagens. Depois, ao começar os diálogos, podemos ver esses personagens mais de perto. E se o objetivo for mostrar a joia do personagem? A câmera chega bem perto e dá um close no objeto. Esses enquadramentos são chamados de “planos de câmera”, que é como determinada imagem é capturada. Além disso, eles têm a função de definir para onde vai o foco de atenção do público e ainda agregar valores à história.

O “Grande Plano Geral” é o mais amplo e aberto. Tem como finalidade apresentar o cenário ao espectador e dar uma referência geográfica. Geralmente, antes de começar uma cena em novo local, é utilizado esse plano, a fim de situar onde as pessoas estão. É como se o espectador estivesse vendo a cena de um lugar distante ou do alto. Esse plano também pode ser utilizado para demonstrar a amplitude de um acontecimento, como, por exemplo, a solidão de uma pessoa em meio a um lugar enorme ou uma grande destruição do ambiente, em um grande incêndio ou consequência da passagem de um furacão.

O “Plano Geral”, por sua vez, permite que reconheçamos uma pessoa, diferentemente do “Grande Plano Geral”, onde não se vê os detalhes do indivíduo. Este é um plano mais específico do cenário: um carro parado na frente de uma casa, lojas, um shopping, pessoas caminhando na calçada.

Há também o “Plano Americano”, utilizado somente em pessoas, com o enquadramento da cabeça até o joelho. Já o “Plano Conjunto” é um outro tipo de enquadramento, também chamado de “Plano Conceito”, pois não está ligado a uma referência corporal como o Plano Americano, mas sim à ideia do que se pretende transmitir. Tem a finalidade de dar contexto à cena. O Plano Conjunto é um agrupamento de coisas enquadradas, um próprio conjunto.

Voltando às referências corporais, temos o “Plano Médio”, que capta o personagem da cabeça à cintura. Muito utilizado para desviar a atenção do fundo e focar no personagem. Há também o enquadramento da cabeça ao tórax, que é chamado de “Meio Primeiro Plano”. É utilizado para mostrar diálogos em que as relações se estreitam. Este é o mais usado em campanhas políticas, por exemplo, para o candidato expor suas ideias, já que ele quer que o eleitor se sinta próximo, que tenha confiança em seu discurso. Nesses casos, depois de um tempo, a imagem ‘abre’ e passa para o “Plano Médio”, a fim de evitar a sensação de que o candidato está forçando o eleitor a ouvir, ao permanecer demais no “Meio Primeiro Plano”.

Os enquadramentos mais próximos, que por meio da imagem transmitem uma emoção ou destacam um objeto específico são chamados de “Close” e “Plano Detalhe”. O famoso “Close” é o enquadramento que vai da testa ao queixo da pessoa. É ideal para expressar os sentimentos do personagem. Toda atenção de quem assiste está nas expressões faciais daquele que aparece na tela, o que, muitas vezes, faz com que o espectador sinta empatia e profunda emoção assistindo à cena. Já o “Plano Detalhe” é voltado para objetos, nas situações em que são revelados objetos escondidos, como bombas, arma, anel de noivado, brincos.

Assim como a iluminação, a trilha sonora, o figurino e até a entonação da voz, ao mudar um plano de câmera, a mesma cena pode ter uma conotação completamente diferente. A imagem de um homem andando na montanha, por exemplo, vista por um “Plano Americano”, fica completamente diferente daquela vista por um “Plano Geral”. Quando vemos o resultado final de um filme dificilmente temos ideia do quanto esses detalhes da filmagem tiveram que ser analisados para se obter um resultado satisfatório. É por isso que é tão importante estudar Cinema antes de ingressar em produções ligadas à imagem e vídeo. Conhecer a teoria faz a prática muito mais interessante!

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