Neta sorridente brincando com o avô no parque

Corpos definidos, cabelos bem cortados e em cores da moda, todo mundo querendo parecer mais novo do que realmente é. Remédios e cirurgias colaboram para isso. O avanço da tecnologia e da medicina permitem que as pessoas olhem para o espelho e vejam a si mesmas não mais como realmente são, mas como social e culturalmente se exige que sejam. Os exemplos estão na internet, televisão, outdoors, revistas, jornais, passarelas da moda, cinemas… qual o custo de tudo isso para nossa saúde, para nossos corpos, para nossas mentes?

Ter o tudo o que se deseja. Comprar e consumir como os verbos mais conjugados. A cada minuto quantas transações são realizadas no mundo inteiro? Quantos produtos e serviços cada uma das pessoas do planeta consomem diariamente? O que realmente é necessário dentre tudo o que se adquire? A felicidade destas aquisições oferece quanto tempo de alegria, de contentamento? Estamos comprando e com isso esperamos a compensação por tantas outras coisas que nos têm faltado… Será que não estamos de algum modo nos “drogando” com o consumo para suprir as carências que temos, de mais amor, presença, carinho, companheirismo ou amizade?

Trabalhamos como nunca fizemos antes na história da humanidade. O sucesso está no horizonte. Diante de nossos olhos percebemos promoções, crescimento, carreiras vitoriosas e nosso nome no alto, em destaque, como aqueles que triunfaram de fato. Será? Nos cobramos desde o início, quando mal começamos a construir nossa trajetória profissional. Não há tempo a perder. Temos que crescer a qualquer custo. Com 30 anos já temos que ter salários altos, sala própria, nome na porta, secretária e equipe sob nosso comando, lucros obtidos, viagens e contatos que justifiquem e ratifiquem nossas conquistas. O quanto isso realmente custa para nossa saúde física, emocional, psicológica e social?

Não é pecado consumir, trabalhar buscando resultados e sucesso ou cuidar-se para ter uma melhor aparência e saúde. Nada há de errado em buscar estas conquistas. O problema é quando tudo isso se torna tão necessário que tudo o mais deixa de ter sentido ou fica em segundo ou terceiro planos…

Quando deixamos de ter tempo para amar nossos cônjuges, filhos, pais, irmãos, amigos…

Quando o que mais importa não é o diálogo, a presença, o carinho, a afeição, o aconchego…

Quando o mais importante é ter e não ser e por isso abrimos mão de nossos valores, ideias, personalidade, caráter…

Quando não percebemos toda a beleza do mundo ao nosso redor e buscamos apenas as sensações e resultados imediatos, as alegrias fugazes que pouco ou nada realmente nos legam ao final…

Busque seu sucesso sem se sentir pressionado por opções ou modelos alheios, que lhe são impostos, de forma consciente ou inconsciente. 

Não seja escravo de ideias que pertencem a corporações, governos, poderosos canais de comunicação ou a quem quer que seja. 

Valorize as pessoas que ama. Esteja com elas, compartilhe, converse, abrace e se permita receber em troca todo este carinho. 

Não faça para os outros o que não gostaria que fizessem para você. Pratique o bem. Seja generoso e gentil. 

Preserve o seu ser e mantenha em sua cabeça e coração os seus valores (aprendidos de seus pais, tios, avós e daqueles professores inesquecíveis), princípios e ética. 

Aceite-se do jeito que é, sem se deixar influenciar por modismos ou modelos que são vendidos pela mídia. Seja autêntico, seja você.

Permita-se a felicidade mas saiba que as frustrações igualmente fazem parte da vida humana. Não se iluda: o choro, os erros, a dor e o sofrimento fazem parte do caminho tanto quanto os risos, os acertos, as vitórias e as alegrias. Não queira apenas as rosas sem os espinhos. Isso é ilusão e não nos permite viver a experiência da existência como de fato realmente devemos fazê-lo. 

Supere as dificuldades e perceba como isso nos permite aprender e crescer. Entenda ao final que é o conjunto das experiências, boas ou más, que nos faz quem somos, que dá sentido e valida nossas vidas…

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