A recuperação, para o aluno, muitas vezes é apenas um fardo a mais a ser carregado depois de um longo ano de trabalho com resultados abaixo do esperado. Não deve ser assim, a começar pela forma como os estudantes e seus professores encaram este compromisso.
Recuperação no final do ano é penosa para todos os participantes, já exauridos pela longa jornada. Neste momento e preciso fôlego extra, como se todos fossem jogar uma importante prorrogação, encarando como final de campeonato.
Mudada a perspectiva, ou seja, encarando como um desafio importante e não apenas como “cumprir tabela”, é preciso se organizar para fazer deste momento o melhor possível.
Para começo de conversa, o primeiro passo é a organização, tanto da escola e dos professores, quanto dos alunos. No caso da escola, significa disponibilizar a informação correta quanto a quem ficou de recuperação, quais serão os horários de aulas e avaliações para este período adicional, quando os resultados finais serão apresentados e, também, oferecer informação quanto aos motivos e dificuldades dos alunos que terão que frequentar este período extra de trabalhos na escola.
Isso irá, evidentemente, ocupar alguns profissionais da escola, sejam aqueles da secretaria, ou os professores, na organização de notas e planilhas finais que trazem os dados dos aprovados e dos que estão em recuperação, seja da coordenação e orientação educacional a atender famílias e alunos se prestando a auxiliar e informar sobre tudo o que se refere ao fechamento do ano ou, ainda, a direção, em atendimento aos pais e estudantes com dúvidas ou que, porventura, pretendam pedir revisões de provas. Há trabalho para todos e é preciso muita paciência e energia para atender as demandas da melhor forma possível.
Para os alunos, uma vez constatada a recuperação, é preciso conseguir com os professores das matérias em que terão que superar as defasagens observadas, os conteúdos a serem cobrados nesta batalha adicional e final. Há docentes que definem que na recuperação irão cobrar a matéria do ano todo. Isso não é praxe, mas pode acontecer, no entanto, em termos práticos, é pouco viável, pois significa trabalhar todo o ano letivo em algumas poucas aulas distribuídas ao longo de 2 semanas. É preciso focar, nestes casos, nas matérias mais importantes, aquelas que tiveram maior incidência, durante o ano, em provas e trabalhos escolares, por exemplo.
Os professores irão se organizar para este período de forma a tentar fazer grandes quadros revisionais ou, conforme a organização da escola, se colocar à disposição para revisões com base nos temas da recuperação e listas de exercícios entregues a seus alunos.
Os alunos devem, necessariamente, buscar os seguintes recursos para conseguir estudar da melhor forma possível:
- Anotações realizadas em seu próprio caderno e, caso falte algum dado ou capítulo, ir atrás de colegas para complementar;
- Ter os livros sempre por perto para tirar dúvidas;
- Rever provas aplicadas durante o ano;
- Buscar apoio em recursos digitais curados por especialistas para que, com o uso dos mesmos, consigam entender melhor conteúdos que não ficaram claros;
- Utilizar de atendimento de monitoria ou plantões oferecidos pela escola, se ainda estiverem disponíveis;
- Conseguir apoio de colegas que tiveram bom rendimento nas matérias para tirar dúvidas ou, se for possível, ter algumas aulas particulares;
- Assistir todas as aulas das matérias em que estiver em recuperação, prestando o máximo de atenção, fazendo novas anotações, verificando quais pontos foram mais destacados pelos professores e tirando as dúvidas sempre que surgirem.
O período de recuperação, para os alunos, é deveras importante e, em assim sendo, a família também tem papel primordial. Durante estes dias é preciso auxiliar o aluno a ter foco nos estudos e, para isso, não criar distrações é essencial.
O aluno, com auxílio da orientação educacional ou de seus professores, deve traçar um plano de estudos estratégico para este momento do ano, com foco no que precisa estudar. Vamos supor, por exemplo, que o estudante tenha ficado de recuperação em matemática, história e ciências. A carga horária da recuperação normalmente espelha aquela dos dias regulares de aula, ou seja, há mais aulas de matemática do que de ciências e história. Outro aspecto importante é verificar as diferenças de nota, ou seja, em que área do conhecimento o aluno apresenta o pior rendimento?
Dados como estes auxiliam a organização com a disponibilização de mais tempo de estudo para as áreas em que o rendimento é mais pífio.
As atividades pedidas pelos professores das matérias da recuperação devem ser feitas na íntegra e, as eventuais dúvidas surgidas precisam ser resolvidas o quanto antes.
Se a primeira prova for de história, por exemplo, há a necessidade de um foco maior nesta área na véspera da avaliação. Nos dias anteriores, no entanto, o trabalho deve ser mesclado, ou seja, sendo dedicadas horas proporcionais a carga de matérias por disciplina trazidas para a recuperação pelos docentes e também se considerando a diferença de nota existente em cada área.
Consultar os professores e dedicar as horas previstas no planejamento de estudos para a recuperação, com o apoio de colegas, recursos digitais ou monitorias e plantões funciona bem se o aluno for dedicado, quiser aprender e ser promovido. Não há como atingir as metas pretendidas se faltar planejamento, dedicação, foco e vontade do estudante, ainda que todos os demais participantes do processo, como os professores, gestores da escola ou familiares, tiverem feito sua parte. Nesta prorrogação, é literalmente, hora de superação, suor, garra e muito estudo para chegar lá!