Gente, não é fácil não?! Essa molecada pega a gente de supetão às vezes com suas dúvidas mirabolantes que temos que buscar lá dentro de nossa caixa craniana as respostas mais criativas. Como sabemos, nessa fase de descobertas e curiosidades, os pequenos querem saber de tudo, sobre tudo, e perguntam constantemente e espontaneamente quando veem ou ouvem qualquer  palavra diferente. E não é sempre que podemos dar aquela desculpa que “o papai tá ocupado agora”, não é mesmo?

Das tantas perguntas que meus dois pequenos fizeram, até lá pelos seus 06 anos de idade, listei abaixo aquelas que achei mais difíceis de responder, aquelas que mais precisei utilizar-se das minhas técnicas circenses de malabarismos e acrobacias com as palavras. São apenas algumas sugestões, e acho até que caíram bem…

Como eu nasci?

Penso que essa é a mais comum, aquela que todo papai teve que responder. Até os 05 anos de idade essa curiosidade aparece, e aquele papo da cegonha eles já sabem que não cola mais. O tamanhão da barriga da mamãe auxilia muito na resposta, não é verdade? Então, contar ao pequeno que ele veio da barriga da mamãe e o papai plantou uma sementinha lá dentro já é um bom começo. Essa até que foi fácil…

Pai, você já mentiu pra mim?

Para que possamos educar nossos filhos dentro de uma relação verdadeira, transparente e confiável, temos que tentar eliminar as mentiras, mesmo aquelas mais bobas, porque se eles descobrem, um pequeno abalo nessa cumplicidade entre ambos pode surgir. Mas às vezes não tem jeito, não é verdade? Existem aquelas chamadas “mentirinhas necessárias”, como “se comer bastante espinafre vai ficar forte que nem o Popeye”, ou “é feio mentir senão o nariz cresce”. E, se perguntarem se já mentimos para eles, a melhor maneira de escaparmos dessa é dizer que não nos recordamos, e, se mentimos, pedimos desculpas já antecipadamente. Assim, a relação de amizade e respeito continua preservada.

Se bebida alcoólica faz mal, por que o adulto bebe?

Essa também não foi lá muito fácil de responder. Bebida alcoólica não faz nada bem, os pequenos têm razão, e muitos de nós, adultos, costumamos degustar algumas delas. Para que a resposta não gerasse algum tipo de estímulo à bebida, decidi responder que o paladar dos adultos é diferente do das crianças e, de vez em quando, alguns deles acabam apreciando algum tipo de bebida mesmo possuindo álcool na sua composição, e que esses adultos devem, sempre, beber com moderação.

Por que eu tenho que estudar e fazer faculdade?

Lembro que essa veio de repente, quando estávamos voltando da escola. Acho que ele não tinha passado um dos seus melhores dias na sala de aula e, mais do que de repente: “Pai, por que é que eu tenho que estudar, hein?”. A princípio, parece fácil, mas as réplicas e comparações com atividades até às vezes ilícitas complicam nossa resposta dentro do âmbito apenas intelectual e profissional. Disse a ele que a vida na cidade exige que tenhamos certas competências que apenas o estudo nos dará, para sermos grandes homens no futuro. Talvez, se vivêssemos em ambientes afastados, como no pólo norte ou dentro da floresta amazônica, talvez estudar não seria tããããoo importante. Ufa!

O que é sexo?

Essa é, historicamente, a pior de todas, e acredito que não existiu pai que não passou sem essa. E, comigo, também veio de supetão. Apesar do apuro, a resposta foi bem simples e, graças aos bons Deuses, não teve réplica: “Filho, sexo é namoro de adulto”. Agora, se tiver réplica, fica para as cenas do próximo capítulo, ou melhor, para os parágrafos do próximo texto.

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