Pessoa com as mãos pintadas de azul

Charles Chaplin disse uma vez: “A beleza é a única coisa preciosa na vida. É difícil encontrá-la, mas quem consegue descobre tudo “. Mas onde está a beleza? Como podemos descobri-la? Por que ela nos comove tanto e, como afirma o cineasta, quem a descobre encontra tudo? Como podemos ajudar nossos alunos a descobri-la e apreciá-la?

No livro O Segredo da Dinamarca, a autora Hellen Russel vai com seu marido investigar os motivos pelos quais este país é o mais feliz do mundo há quarenta anos, e ela descobre que um desses motivos é o gosto que o dinamarquês tem pela arte, pelo belo. Eles acreditam que o contato com a beleza contribui bastante para que eles sejam o povo mais feliz do mundo. Beleza, segundo o dicionário online do Google, é a “qualidade, propriedade, caráter ou virtude do que é belo; manifestação característica do belo” ou “caráter do ser ou da coisa que desperta sentimento de êxtase, admiração ou prazer através dos sentidos”. Platão, na sua obra “O Banquete”, afirma que somente o Homem que vê adequadamente a beleza pode se elevar a níveis maiores de virtude. Então, apreciar o que é belo altera os nossos sentidos, provocando sentimentos de prazer e alegria, tornando-nos melhores e mais felizes. Experimentar a beleza, seja por meio das artes plásticas ou pela funcionalidade estética do design aplicada nas diversas áreas do conhecimento, afeta nossa sensibilidade, tornando-nos consequentemente mais sensível. A beleza nos transforma, e nos transformando altera nosso relacionamento com o outro, com o próximo, fazendo também com que enxerguemos seus problemas com mais sensibilidade. Tornando-nos sensíveis ao outro, somos provocados à ajudá-lo, a contribuir com a sua felicidade e, consequentemente, melhorarmos nossa convivência em sociedade.

Assim, penso que quanto mais cedo for incutido no nosso imaginário essa apreciação pela beleza, mais ela se naturalizará, com a vantagem ainda de tornar nosso gosto mais apurado e também nosso olhar mais criativo. Nas escolas, podemos conviver com a beleza junto com nossas crianças em:

Espaços educativos temáticos:

Ambientes lúdicos, temáticos, coloridos, com formas e textos que criem um sistema estético para estimular a criatividade dos pequenos. O espaço educativo deve privilegiar o aprendizado favorecendo a imersão do aluno, por meio da ludicidade favorecendo a criatividade.

Visitas à cinemas

Vivemos em uma era em que a sofisticação técnica e visual da sétima arte chegou a patamares até então inimágináveis. Para os pequenos, a quantidade de opções de animações infanto-juvenis educativas e belas é enorme, como, por exemplo, todo o requinte produzido pelos estúdios Disney. Longas animados como Divertida Mente e Zootopia tratam de temas como depressão, racismo e drogas de forma muito criativa, ensinam, emocionam, divertem e são de uma sensibilidade e requinte estéticos de emocionar até nós, adultos.

Experimentações diversas

Espaços makers (o faça você mesmo), oficinais culturais e museus (como o Museu Catavento em São Paulo) e restaurantes temáticos e lúdicos são outros espaços impregnados pela beleza que, além de serem lúdicos e estimularem a criatividade, proporcionam diversas experimentações para os pequenos.

Tive a sorte, o privilégio e a alegria de conviver com grandes profissionais da arte e do design. Os traços de Márcio Ferreri, as pinceladas de Fábio Marinho e o design de Renata Capela contribuíram demais “da conta” para minha apreciação da beleza e para a compreensão do quanto ela é importante para o desenvolvimento da nossa sensibilidade. O tema é extenso, mas nós, educadores, podemos ser o portal de entrada para o ingresso do aluno a esse mundo belo dentro do processo de ensino-aprendizagem, dentro da sala de aula, para que ele cresça valorizando a arte e o artista em suas diversas manifestações, potencializando a cultura e a arte à altura de todas as outras disciplinas curriculares.

 

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