Atualmente existe uma campanha para que a Síndrome de Down seja conhecida mundialmente como Trissomia 21 (T 21). O principal objetivo da comemoração do Dia Internacional da Síndrome de Down (21/03) é conscientizar a população sobre a inclusão e promover a discussão de alternativas para aumentar a visibilidade social das pessoas com T21.
A trissomia do cromossomo 21 (T21), é a alteração cromossômica mais frequentemente observada em recém-nascidos, com uma incidência de 1 em cada 660 nascidos vivos e, tendo como principal e mais incapacitante acometimento, a deficiência intelectual.
A inclusão dessas pessoas na vida escolar e profissional aumenta sua possibilidade de desenvolvimento, além de reforçar para sociedade a necessidade de respeito às diferenças, quaisquer que sejam.
As experiências inclusivas têm sido alvo frequente de estudos e pesquisa, no contexto brasileiro e em vários países. A maneira como ela acontece está diretamente relacionada ao contexto cultural da população e às políticas públicas estabelecidas.
A educação dos alunos com T21, até pouco tempo, ocorria de maneira isolada e segregada, em classes especiais, em escolas especiais, sob a responsabilidade de professores especializados.
Com a Constituição Federal de 1988 fói instituído o direito dos indivíduos à igualdade e à educação, visando o “pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.
A constituição Federal ainda define como um dos princípios para o ensino, a “igualdade de condições de acesso e permanência na escola” (BRASIL, 2004, apud LUIZ et. al. 2008). Portanto, a constituição adota como princípio que a educação é o principal agente transformador do indivíduo, e que deve ser assegurada a todos, independente de suas características individuais.
É Imprescindível que a criança com T21 participe de um ambiente enriquecedor para que ocorra uma reorganização neurofisiológica, propiciando uma modificação no perfil fenotípico, e favorecendo o desenvolvimento cognitivo e comportamental.
Na perspectiva histórico-cultural, destacamos a importância da mediação social e internalização para a constituição dos processos psicológicos superiores e para a formação do indivíduo, pois suas relações são decisivas para a aprendizagem.
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Boas práticas para ensinar alunos com Trissomia 21 (T21)
1- Dirigir-se pontualmente às crianças, no mesmo plano visual, pois isso favorece a comunicação e a aprendizagem. Do mesmo modo que certificar-se que a criança está olhando atentamente ao professor durante a comunicação.
2- A imitação intelectual consciente da criança também é caminho para promover o desenvolvimento cognitivo. Brincadeiras com jogos de imitação são positivas para esse fim.
3- Priorizar a colocação da criança em carteiras posicionadas na frente da sala, próximas da lousa e do professor, favorecendo melhor visualização e uma escuta mais apurada das orientações dadas.
4- Fomentar o respeito dos colegas da turma nas demandas e particularidades apresentadas pelas crianças com T21. Essa atitude contribui para a formação de cidadãos responsáveis, solidários e respeitosos com as diferenças de todos os indivíduos.
5- Incentivar a criança com T21 a falar em voz alta em sala de aula, para expressar seu pensamento, respeitando os seus limites.
6- Pesquisar e preparar material pedagógico diferenciado, sem descontextualizar o conteúdo curricular comum da mesma série e do realizado pelos seus pares em sala de aula, favorecendo a participação e o envolvimento da criança com T21 na dinâmica de aula.
7- Estimular a independência funcional e incentivar a autonomia nos momentos de lanche, com o mínimo de apoio possível.
8- Oferecer vários tipos de avaliação, a escrita, as discursivas, avaliações expressas em desenhos ou ainda teatralizadas, para que não aconteça de testar uma pequena parcela das capacidades intelectuais, dando alternativas interessantes as quais permitam que a criança com T21 manifeste o conhecimento aprendido da maneira que melhor consegue expressar.
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REFERÊNCIAS
BUENO, José Geraldo Silveira. Educação especial brasileira: integração/ segregação do aluno diferente. São Paulo: EDUC, 1993.
LUIZ, Flávia Mendonça Rosa; NASCIMENTO, Lucila Castanheira. Inclusão escolar de crianças com síndrome de down: experiências contadas pelas famílias / School inclusion of children with down syndrome: experiences told by families. Revista Brasileira Educação Especial, Marília, São Paulo, v. 18, n. 1, p. 127-140, jan./mar. 2012. LILACS-Express | ID: lil-624563
SCHWARTZMAN, José. Salomão. Síndrome de Down. São Paulo. Mackenzie: Memnon, 1999.
VYGOTSKY, Liev Semiónovitch; LURIA, Alexander Romanovich; LEONTIEV, Alexis Nikolaevich. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. 5. ed. São Paulo: Ícone, 1994.