O que é o espírito olímpico?

É acordar todos os dias com um sonho na mente e a determinação no coração. É correr, lutar, esquivar-se e voar em direção aos objetivos. É errar e acertar, comparar e analisar, e seguir em busca de ser melhor. Melhor do que ontem, melhor do que na partida anterior. Um segundo a menos, um golpe mais preciso, um lançamento mais distante, uma recepção mais firme.

Mas e o erro?

Errar é um passo em direção ao acerto, uma oportunidade de voltar, tentar de novo, e aprender algo valioso para seguir na vida com alegria e harmonia. Essa habilidade é a resiliência: a capacidade de se adaptar e se recuperar diante dos desafios. Resiliência é enfrentar as adversidades, é guardar as lágrimas e sorrir para enfrentar mais um dia.

Então, se me perguntarem novamente: o que é o espírito olímpico?

É o sonho das Rebecas, das Bias Souzas espalhadas pelo nosso país. É o sorriso que surge ao subir ao pódio depois de superar situações adversas que faziam querer se esconder. São os Alissons, Isaquias, Heberts, Abners, Raysas, Kelvins, Bias e Rebecas que precisam de uma figura essencial para acreditar em seu potencial: o PROFESSOR.

O professor percebe, estimula, encoraja e oferece suporte. Nas brincadeiras, já diz: “Esse tem um braço forte na queimada,” ou “Olha essa corrida no pega-pega? Se continuar, terá um futuro.”

E o que é o futuro, senão um presente bem vivido?

Todos os dias, professores em diferentes lugares do Brasil estão descobrindo e desenvolvendo talentos. Nem todos vão chegar às Olimpíadas, mas todas as aprendizagens que adquiriram preparam-nos para viver o espírito que se intensifica nos Jogos. Vibrar com vitórias, chorar com o outro, emocionar-se com conquistas, competir com respeito, valorizando o que o outro tem de melhor, porque competir é reconhecer o desafio que é enfrentá-lo.

Mas, onde aprendemos tudo isso?

Todas as habilidades necessárias para ser um grande atleta podem ser estimuladas nas aulas de Educação Física. No desafio do pega-pega, ao pular corda, ao lançar e receber na brincadeira de queimada, ao saltar na amarelinha, ao criar estratégias no jogo coletivo, ao compreender que competir é cooperar por escolha, e que vencer não significa derrotar o outro, mas sim encontrar um desafio que nos inspira e encoraja a ser melhor todos os dias.

É começar de novo, e de novo, até conseguir fazer com competência aquilo que se quer fazer. Essas habilidades exploradas nas aulas se transformam em competências que permanecerão atreladas a todas as experiências da vida, e que não se restringem ao esporte.

É preciso acordar todos os dias para vencer os diversos desafios sociais, olhar para o outro com empatia, se emocionar com conquistas e vibrar com suas vitórias. É preciso ser resiliente para recomeçar após uma árdua batalha contra algo que talvez você nem saiba como vencer. É preciso reconhecer e se inspirar no outro para continuar crescendo e evoluindo, vendo nele um espelho, não um inimigo.

Acima de tudo, é aprender com plenitude o que significa ser SER HUMANO. Essa é a maior função da escola: preparar pessoas capazes de exercer a cidadania e continuar vencendo desafios, em busca de resultados pessoais que levem à evolução, aprendendo diariamente a ser melhor e, principalmente, a não desistir.

Esse é o maior legado do espírito olímpico.

Cristiano dos Santos é músico, palestrante, mestrando em Educação, escritor, consultor educacional da editora MVT. Assessor de conteúdo da Coleção Palavra Cantada na Escola, idealizador do Bora Brincar Ateliê Itinerante.

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