O ChatGPT, um modelo de linguagem baseado em inteligência artificial (IA), tem sido amplamente adotado na educação devido à sua habilidade em gerar respostas contextualmente relevantes em tempo real.

Seu aspecto promissor reside na acessibilidade instantânea a informações e na interação intuitiva com os alunos.

No entanto, seu uso apresenta desafios éticos e pedagógicos significativos, incluindo preocupações com esvaziamento intelectual e dependência excessiva da tecnologia sem uma abordagem crítica e reflexiva. Este artigo visa explorar criticamente o impacto do ChatGPT na aprendizagem, buscando promover uma abordagem educacional que estimule o pensamento crítico, criativo e ético na sociedade contemporânea.

O que dizem os estudos sobre a Inteligência Artificial?

Os estudos sobre esse tema destacam a importância de examinar de forma crítica essa ferramenta complexa, reconhecendo suas potencialidades, limitações e desafios. A Educação não deve rejeitar uma tecnologia socialmente difundida por riscos de enviesamentos; pelo contrário, deve analisar seu uso e seus impactos para o desenvolvimento de uma aprendizagem efetiva, criativa e autônoma.

A inteligência artificial (IA), por meio do ChatGPT, oferece possibilidades como acesso rápido ao conhecimento, ampliação de pesquisas e personalização do ensino. No entanto, também apresenta desafios, como a falta de interação humana, questões éticas relacionadas à privacidade e à dependência tecnológica, bem como a potencial limitação do pensamento crítico e criativo, resultando em um possível esvaziamento intelectual.

O uso do ChatGPT na educação pode contribuir para uma aprendizagem mais efetiva, desde que seja acompanhado por uma reflexão crítica sobre seu papel na formação de alunos autônomos e pensadores criativos.

Essa ferramenta tecnológica, como qualquer outra tecnologia, pode influenciar positivamente ou negativamente o desenvolvimento da aprendizagem humana, promovendo uma educação centrada no aprender a aprender ou apenas reproduzindo ações desprovidas de pensamento crítico e a favor dos interesses do capital. Contudo, é o uso humano que determina a relação com a tecnologia.

A rápida evolução da tecnologia, especialmente no campo da inteligência artificial (IA), está redefinindo radicalmente diversos setores, e a educação não é exceção. A inteligência artificial, com suas capacidades de processamento de dados e aprendizado automatizado, oferece oportunidades significativas para personalizar e aprimorar a experiência educacional dos alunos.

O ChatGPT, um modelo de linguagem baseado em IA, exemplifica essa tendência, oferecendo a capacidade de gerar respostas contextualmente relevantes e naturais em tempo real. É essencial utilizar o ChatGPT de maneira a complementar e fortalecer os métodos pedagógicos existentes, em vez de substituí-los por completo.No entanto, é essencial analisar como o uso do ChatGPT na educação pode promover uma aprendizagem efetiva, sem comprometer o pensamento crítico, criativo e o desenvolvimento cognitivo dos estudantes.

A importância de abordar a Inteligência Artificial

Para Vygostsky as relações disseminadas nas práticas sociais são responsáveis por moldar nossas aprendizagens, linguagens e relações. Sendo assim, toda e qualquer discussão das tecnologias na área educacional requer o entendimento de que essas relações efetivas, válidas ou não se perfazem nas relações sociais.

A importância de abordar a inteligência artificial como uma ferramenta disponível para a aprendizagem reside no potencial transformador que ela traz para o contexto educacional. Os alunos já estão imersos em um mundo permeado por sistemas inteligentes que influenciam suas formas de interagir, consumir informação e construir conhecimento. Negar essa realidade seria negar o próprio contexto social em que vivemos. Portanto, a questão central não é se devemos ou não adotar essa ferramenta na educação, mas sim como lidar com essa realidade de maneira eficaz e responsável.

Considerar a necessidade de políticas e práticas que garantam a questão ética, desenvolvimento crítico e criatividade na textualidade contemporânea de aprendizagem de cada estudante, evitando plágio, pensamentos tendenciosos, discriminatórios e excludentes devem ser um cuidado e desafio já presente nas práticas educacionais em qualquer contexto metodológico e prático.

A integração da tecnologia digital na educação é um processo que exige cuidados e considerações éticas fundamentais. Ensinar o uso dessas ferramentas não pode ser comparado à aprendizagem natural da linguagem materna; ao contrário, requer um ensino sistemático que engloba não apenas habilidades técnicas, mas também princípios éticos.

Ao introduzir ferramentas complexas como a inteligência artificial (IA) no ambiente educacional, é essencial um planejamento cuidadoso, técnico e reflexivo. Conforme argumentado por Edgar Morin, o uso de tecnologia na educação deve ser intencional e informado, com foco claro nos objetivos pedagógicos e nas necessidades dos alunos. A abordagem deve envolver não apenas a familiarização com a tecnologia, mas também o desenvolvimento de habilidades críticas e reflexivas essenciais para empatia, equidade e democracia.

Nesse contexto de aprendizagem significativa, os alunos devem assumir o papel de pesquisadores do conhecimento o que implica cultivar a curiosidade, incentivar a indagação, promover a reflexão e encorajar a crítica. Essas habilidades não apenas aprimoram a compreensão do conteúdo, mas também capacitam os estudantes a tomar decisões conscientes e éticas ao utilizar a tecnologia.

Questões fundamentais sobre o papel da tecnologia na educação

A necessidade de fontes confiáveis e autênticas para esse processo é crucial. Trata-se de uma ferramenta para estudo, pesquisa e aprendizagem. Esse aspecto da IA precisa ser preconizado na educação, não o seu aspecto de entrega de conteúdos prontos e acabados, sem a necessidade de um pensar e agir sobre os conhecimentos apresentados. Devemos pensar que quando uma ferramenta complexa como a Aí chega à educação, deve envolver planejamento, técnicas e princípios básicos para tomadas de decisões e caminhos efetivos de aprendizagem.

Visto dessa forma, a integração da IA na educação não deve ser vista como uma solução mágica para todos os problemas educacionais. Embora ofereça um arsenal de instrumentos para promover a aprendizagem personalizada e adaptativa, ela também apresenta desafios que precisam ser cuidadosamente considerados. A utilização consciente e promissora da IA requer um enfoque pedagógico sólido que estimule a reflexão crítica, a criatividade, a resolução de problemas e a metacognição dos alunos.

A aplicação do ChatGPT na educação levanta questões fundamentais sobre o papel da tecnologia no processo educacional. Embora a IA possa oferecer respostas instantâneas e acessíveis a perguntas dos alunos, há o risco de que essa facilidade de acesso ao conhecimento possa resultar em uma passividade intelectual.

De acordo com Vygotsky devemos estimular aprendizagens que preconizem o desenvolvimento proximal, aquilo que o aluno ainda não consegue sozinho, mas desenvolve com ajuda o que levará a consolidação da aprendizagem futura e é nesse viés que devemos potencializar o uso da ferramenta de AI em educação com seus feedbacks e sugestões de melhorias em aspectos que o indivíduo esteja encontrando dificuldade.

Como toda e qualquer ferramenta tecnológica seu serviço está à disposição da utilização humana. Dessa forma, a questão aqui não é se vale à pena ter ou não essa ferramenta na educação, pois como toda e qualquer ferramenta tecnológica inserida na e para a vida a inteligência artificial já está presente no modo de aprender dos nossos estudantes.

Liliane Nunes possui graduação em Pedagogia, especialista em Administração e Supervisão Escolar e Alfabetização. Professora do Ensino Fundamental. Entre os livros lançados estão “Avaliação escolar” e “Alfabetização”, publicados pela Wak Editora.

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