“Quem estará nas trincheiras ao teu lado é o que importa.”

A frase, atribuída a Ernest Hemingway, fala sobre guerra. Mas quando aplicada à educação no Brasil, ela ganha novos significados. Educar é resistir. E, para muitos, estar em sala de aula é como estar em trincheiras — enfrentando desafios diários, em defesa do direito de aprender.

O que celebramos em 6 de agosto?

O Dia Nacional dos Profissionais da Educação, celebrado em 6 de agosto, foi instituído pela Lei nº 13.054/14. A data é mais do que uma homenagem: é um lembrete da importância social desses profissionais e da urgência em valorizá-los.

Educar é resistir, criar e persistir

Educar não é apenas transmitir conteúdo. É um ato de coragem, uma arte que exige sensibilidade, escuta e reinvenção constante. Ensinar é também lidar com o medo — o medo do cotidiano difícil, da violência, da falta de recursos e de reconhecimento.

Por que os jovens não querem ser professores?

Hoje, poucos estudantes do ensino médio sonham em seguir carreira na educação. Os motivos são conhecidos:

  • Baixa remuneração
  • Condições precárias de trabalho
  • Carga horária exaustiva
  • Falta de valorização social

Como resultado, muitas redes de ensino enfrentam dificuldade para contratar professores. E os que já atuam pensam, cada vez mais, em desistir.

Quem continua, resiste com coragem

Mesmo diante de tantos obstáculos, muitos educadores permanecem. Escolhem seguir em frente — por vocação, por compromisso ou por amor. Estão cansados, sim. Mas também estão determinados. São esses profissionais que plantam coragem onde há desânimo e constroem caminhos onde há abandono.

A saúde mental do educador importa

Enquanto acumulam tarefas, pressões e expectativas, os professores também enfrentam um desafio silencioso: a sobrecarga emocional. Muitas vezes, são vistos como responsáveis por resolver conflitos familiares, sociais e até estruturais — indo muito além do que sua função exige.

Quem está ao lado dos educadores nas trincheiras?

Neste 6 de agosto, mais do que uma comemoração, precisamos fazer uma pergunta:
Quem está ao lado dos profissionais da educação?

Valorizar o educador vai além de palavras bonitas. É preciso garantir políticas públicas, condições dignas de trabalho e apoio real — dentro e fora da escola.

Educar é um ato de bravura diária

Aos que seguem em frente, mesmo com medo, nosso reconhecimento. Porque educar, hoje, é mais do que ensinar. É resistir, criar, cuidar e transformar.

Eugênio Cunha é Doutor em Educação, psicopedagogo, pedagogo da Fundação Municipal de Educação de Niterói, professor do Centro Universitário Celso Lisboa, Diretor Acadêmico do Colégio Objetivo Camboinhas.

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