O ano novo começou. Nas escolas, em janeiro, é hora de planejar as atividades, rever ações do ano anterior, programar estratégias, adotar recursos inovadores e se preparar para o início de um novo ano letivo.
Nesta época do ano os professores normalmente não estão presentes até as 2 últimas semanas de janeiro, quando depois de merecido descanso, retornam para a semana de planejamento. A escola tem muito trabalho, ainda assim, com matrículas ocorrendo e a secretaria atendendo a pleno vapor. Direção, coordenação e orientação estão também a postos, para resolver eventuais pendências do ano anterior, como recursos ou as avaliações de recuperação aplicadas em janeiro, para atender famílias e planejar o trabalho para o novo ciclo de trabalhos.
Cabe, portanto, a esta equipe diretiva a gestão dos processos e o estabelecimento dos parâmetros que irão ser a base do trabalho da unidade educacional onde atuam para que, quando os professores retornarem, já exista uma planificação macro, ou seja, aquela que se refere aos objetivos maiores da educação naquela localidade.
Nenhuma ação, no entanto, é realizada sem que se examinem, previamente os resultados dos anos anteriores, a legislação educacional vigente (sujeita a alterações de tempos em tempos), a compreensão clara da clientela atendida, a atenção aos problemas verificados no período letivo anterior e, é claro, ao PPP, o Projeto Político Pedagógico estabelecido para tal unidade de ensino a partir de uma discussão ampla, aberta e democrática com a comunidade em se tratando de uma unidade pública de ensino ou, se no caso, a instituição for privada, atenta aos anseios e necessidades da sociedade para prestar serviços que tenham real demanda e efetividade.
Observados estes pormenores, cabe aos gestores de unidades de ensino especial atenção ao objetivo maior de uma escola, ou seja, oferecer serviços educacionais de qualidade, que concedam aos alunos que ali estudam a melhor formação, que lhes possibilitem real acesso aos instrumentos que a eles permitirão inserção na sociedade como cidadãos éticos e trabalhadores habilitados e competentes.
É muito provável que várias escolas que já possuem o PPP estabelecido e em uso tenham tal objetivo maior descrito de diferentes maneiras nas linhas iniciais deste documento. Mais do que simplesmente o referendo do contrato social estabelecido, ou seja, do que o “preto no branco”, conforme a expressão popular, compete ao corpo diretivo da escola a implementação de tal meta. Por isso é preciso que ela seja impressa e colocada em todas as dependências da escola, ou seja, em locais visíveis para funcionários e comunidade atendida, para que se torne, realmente, um mantra a ser seguido por ali.
O retorno dos professores após a virada do ano e do período de descanso deve também ser realizado num ambiente saneado, com a escola sendo pintada, as carteiras consertadas e limpas, qualquer tipo de vandalismo apagado, com melhorias nas quadras e laboratórios, novos equipamentos, jardins cuidados e tudo o que for possível fazer para que as pessoas se sintam bem de trabalhar e estudar ali.
Uma importante medida para a retomada das atividades é prover cursos para as equipes que realizam o atendimento, como porteiros e secretárias, incluindo também os profissionais que realizam a manutenção, limpeza ou que trabalham na merenda. Estes cursos devem ter como foco a qualidade do atendimento, a presteza, a disponibilidade para ajudar, a simpatia ao realizar o contato com quem quer que necessite de apoio, a capacidade de resolver as pendências relativas aos seus afazeres imediatos, a condição de indicar e encaminhar as pessoas para outros profissionais da escola quando isso for necessário.
Além do objetivo geral, já mencionado no início deste artigo, é preciso que a direção e a coordenação, com apoio da orientação, definam metas plausíveis quanto ao rendimento dos alunos, busquem ou criem instrumentos para acompanhar e orientar os docentes em relação aos resultados a serem atingidos, trabalhem internamente, entre professores e alunos, uma mentalidade vencedora, a ser semeada entre todos, para que o ambiente seja favorável e induza a conquistas gerais.
É evidente que problemas irão surgir ao longo do ano, como alunos com dificuldades de aprendizagem, com pré-requisitos não preenchidos ou ainda questões relativas a disciplina. Antecipar tais dificuldades com o estabelecimento de planos de ação que contenham, por exemplo, plantões e monitorias para os alunos com dificuldades ou o uso de recursos tecnológicos que incentivem aqueles com dúvidas a estudar por meio de videoaulas e plataformas gamificadas de ensino e aprendizagem, são meios de evitar situações relativas a baixo rendimento escolar; quanto aos casos de indisciplina o ideal é que a orientação acompanhe cada situação, verifique os históricos dos alunos em tal situação, criem uma linha de diálogo franca e aberta com tais estudantes e suas famílias e que sempre deem feedback para todos os envolvidos em casos de tal natureza.
Em qualquer uma destas situações, sejam as disciplinares ou de baixo rendimento, as estratégias a serem adotadas precisam ser planejadas previamente, discutidas e compartilhadas com todos os membros do grupo de trabalho, para que o trabalho aconteça de forma uníssona, ou seja, sem que se adotem práticas diferentes daquelas acordadas por todos.
Seguir tais diretrizes é tão importante quanto deixar claro para todos, sejam os membros da equipe, os alunos ou seus pais e responsáveis, quais são as regras que orientam a vida na escola. Desta forma se evitam futuros problemas como pessoas que querem agir fora destes procedimentos e que, com isso, acabam gerando tumultos ou dificuldades no dia a dia escolar.
Difundir as regras para todos desde o primeiro dia de trabalho da equipe e, posteriormente, no contato com as famílias e alunos, compartilhando a informação por manuais, internet e reuniões ou deixando tais diretrizes expostas em murais nos corredores da escola é uma forma eficiente de atingir a todos.
Quando a reunião com os professores estiver próxima os gestores da escola devem também se preparar para recebê-los da melhor forma possível, organizando um café da manhã especial, por exemplo, e estando disponível para conversar rapidamente com cada um, para que se sintam acolhidos e bem recepcionados. Iniciar os trabalhos com alguma apresentação especial, trazendo algum palestrante motivacional focado em educação, é algo igualmente valoroso para toda a equipe.
As reuniões gerais devem ser pontuais, com as informações importantes sendo comunicadas de modo claro, para toda a equipe, antes de se iniciarem os trabalhos de planejamentos por ano letivo, disciplinas e turmas atendidas. Faz-se igualmente necessária uma reunião individual com cada docente, a ser conduzida pelo coordenador, para melhor recepcionar o profissional, orientar quanto a ações específicas ou rever ações anteriores, tanto as bem-sucedidas quanto aquelas em que o resultado esperado não foi atingido com a finalidade de incentivar e corrigir erros pontuais. E que as aulas, então, recomecem…