O português é uma língua alfabética e a matéria-prima de nossa língua é o fonema (som).
Trata-se de um sistema gerativo composto por vogais e consoantes que são representados pelas letras (grafemas) e que originarão todas as palavras que escrevemos.
A compreensão da escrita envolve a percepção inicialmente das sílabas e depois dos fonemas.
O aprendizado da sílaba é um processo natural e espontâneo, que surge no desenvolvimento da oralidade quando a criança ainda pequena brinca de segmentar as palavras.
Já a noção de fonemas é adquirida no aprendizado da escrita e é fundamental para escrevermos, pois escrever significa conhecer a própria língua.
No desenvolvimento da escrita, as crianças identificam inicialmente as vogais, pois são mais evidentes que as consoantes e há também a coincidência do som da letra com seu nome, o que facilita muito a percepção e a associação fonema (som) com o grafema (letra).
A compreensão das complexas relações que há entre os sons e as diferentes letras que existem no Português é que trará o sucesso da alfabetização.
Assim, o ponto-chave da alfabetização é fazer a criança perceber que os sons podem ser representados por diferentes letras, que quando manipuladas e agrupadas entre si de maneiras diferentes, formam um número enorme de palavras distintas.
Para isso, é necessário que a criança desenvolva a consciência fonológica, que são habilidades que têm como objetivo levá-la a descobrir que é possível segmentar a fala em unidades menores e diferentes, que, quando combinadas de diversas maneiras entre si, acabam formando diferentes palavras.
Essas habilidades são avaliadas através de:
– Reconhecimento de rima e aliteração.
– Consciência de palavras e segmentação frasal.
– Consciência, transposição, inclusão, exclusão e segmentação em sílabas.
– Consciência, transposição, inclusão, exclusão e segmentação em fonemas.
Existe uma relação direta entre as habilidades fonológicas e o desenvolvimento da leitura e escrita, e essas descobertas são fundamentais para a aquisição da leitura e escrita, independente do método de alfabetização, uma vez que nossa escrita é alfabética, e a criança deve chegar a essas relações para compreender a base como a nossa língua escrita se estrutura.
Caberá ao professor oferecer o maior número possível de experiências de escrita e nos mais diferentes gêneros, possibilitando que a criança perceba e viva a função social da escrita, que além do processo de decodificação e codificação,será fundamental para a construção da escrita.