Quem já tentou estudar estressado, preocupado ou ansioso? Certamente deve ter percebido que o nível de atenção caiu bastante e que isso interferiu negativamente no aprendizado. O mesmo acontece com as crianças. O estresse e a ansiedade podem afetar significativamente o processo de aprendizagem dos pequenos.
E para aqueles que acham que crianças não têm estresse ou ansiedade e que isso é só coisa de adulto, enganam-se.
São muitos os fatores que podem ser as causas desses sentimentos na infância: excesso de responsabilidade, rejeição por parte dos colegas, perdas na família, exigência acima do normal para um bom desempenho escolar ou esportivo e assim por diante.
Isso interfere na aprendizagem das crianças e necessita ser analisado com atenção. Para saber lidar com esses aspectos, é preciso informação e é exatamente isso que vamos oferecer agora. Continue a leitura!
O que acontece com o cérebro quando estamos estressados ou ansiosos?
Isso vale tanto para um cérebro de um adulto quanto para um infantil, ok? A diferença aqui é a proporção e a intensidade, mas o mecanismo é o mesmo.
O estresse é uma reação que o nosso corpo tem a algum tipo de ameaça e a ansiedade é o medo dessa ameaça. Pois bem, esses eram sentimentos bem úteis quando morávamos nas cavernas, mas hoje em dia, os perigos são menores, mas há uma complexidade crescente na nossa forma de vida que afeta as crianças.
Por exemplo, com excesso de informações por meio da internet — especialmente com o acesso ao smartphone — grande parte do dia pode ficar ocupado com cursos de inglês, aulas de natação e assim por diante, impedindo a criança de ter a liberdade da qual ela precisa, entre tantas outras coisas que podem sim gerar ansiedade e estresse nos pequenos.
Quando eles ficam estressados ou ansiosos, uma série de reações químicas ocorrem no cérebro. Isso interfere, entre outros aspectos, na aprendizagem.
No caso do estresse, o hipotálamo é ativado e sintetiza duas substâncias: cortisol e adrenalina. Há também a liberação de endorfina, que tem como principal função deixar o corpo menos sensível à dor.
A ansiedade também está relacionada com esses mecanismos e aqui entram também outras partes o hipocampo e a amígdala.
O fato é que nos dois casos, partes importantes do nosso cérebro são afetadas. Por exemplo, o hipocampo é responsável pelas nossas memórias, o que dificultar no armazenamento de informações durante o aprendizado.
Como o estresse e a ansiedade prejudicam a aprendizagem?
Perda do foco
Há uma frase engraçada que diz “dois sentidos não assam milho”, na verdade, essa frase é assim: “dois sentidos não assimilam”.
Isso quer dizer que, enquanto a nossa mente está ocupada com outras funções que, naquele momento, julga mais importantes, ela não consegue se concentrar bem em outras coisas como no processo de aprendizagem, por exemplo.
Quando ocorre uma reação de estresse ou ansiedade no cérebro é porque há algum tipo de perigo iminente. Pode até não ser verdade, mas é assim que a mente reage. E, é claro, é mais urgente cuidar dessa tal “situação perigosa” do que estudar. Assim, boa parte da sua atenção será voltada para resolver essa situação.
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Redução da capacidade de memória
A capacidade de armazenamento de informações é de grande importância para o estudante. Afinal de contas, ele precisa aprender e lembrar de diversas coisas para aprender coisas novas, fazer provas, discutir sobre alguns assuntos e assim por diante.
E, de fato, o estresse e a ansiedade podem promover uma significativa perda da capacidade de memória. Aliás, esses sentimentos não só dificultam o armazenamento de novas memórias, como também a manutenção e recuperação das memórias antigas.
A perda de memória pode ser transitória (como o tal “branco” na hora da prova”) ou pode ser crônica, ou seja, dura por muito mais tempo. Isso, certamente causa prejuízos na aprendizagem, afinal de contas, precisamos de informações já guardadas na mente para aprender coisas novas.
Desenvolvimento de baixa autoestima
Na verdade, esse efeito é um tipo de reação em cadeia, ou seja, o estresse e a ansiedade podem gerar, indiretamente, a redução da autoestima.
Uma criança que enfrenta esses sentimentos pode demonstrar resultados ruins na escola. Isso traz uma sensação de incapacidade. Ela percebe que está decepcionando os pais, que esperam que ele seja um aluno brilhante e, quando isso não acontece, vem a sensação de frustração.
Isso pode trazer o sentimento de não ser o suficiente e, consequentemente, a perda da autoestima. Algo que vai influenciar negativamente em todas as áreas da vida da criança, principalmente se essa sensação for levada para a vida adulta.
Especialmente agora, durante a pandemia, é preciso ficar bastante atento às crianças e orientar os pais para que façam o mesmo dentro de casa. Esconder informação deles é uma forma errada de conduzir a situação. Para que eles melhorem a aprendizagem é importante mostrar a realidade e que existem formas de prevenção.
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