alunos olhando para tela de um tablet

Acredite se quiser, mas houve uma época em que professores de inglês, como uma das estratégias para incrementar as aulas, tinham que ter a sorte de conseguir que os programas de rádio tocassem a música que gostariam de trabalhar com os estudantes e gravá-la em uma fita K7, em uma era já distante, anterior ao efeito on demand que já está incorporado a nosso dia a dia digital.

Aquela ação corriqueira de colocar a fita K7 no aparelho de som e apertar os botões Rec e Play ao mesmo tempo para iniciar a gravação era uma habilidade de muitos dos teachers, somada ao conhecimento tácito de que bastava memorizar o trecho da fita em que foi registrada a canção e eles já estariam prontos para sua “mega aula”, que certamente agradaria seus pupilos. Bons tempos, não é mesmo? Porém, hoje essa atividade está ainda melhor e mais prática.

Essa evolução é evidente para quem passou a ser professor no século XXI, pois, em todos os cursos de formação, sejam de licenciatura, pedagogia ou formação continuada, tem se tornado cada vez mais forte o incentivo e o estudo a respeito da utilização da tecnologia na escola e, especialmente, em sala de aula. Não que já não utilizássemos algum tipo de tecnologia – haja vista o exemplo de se utilizar música –, mas observamos como as tecnologias, às suas épocas, sempre davam um jeitinho de adentrarem ao espaço de aprendizagem para ajudar no desenvolvimento cognitivo daqueles estudantes mais tecnologicamente dependentes.

Podemos ilustrar este fato ao pensarmos no método audiolingual, estabelecido para auxiliar militares a aprenderem rapidamente (e mecanicamente) várias línguas, a fim de comporem as tropas americanas na Segunda Guerra Mundial. Neste método, era comum os estudantes utilizarem algum dispositivo para reprodução de falas prontas, às quais os aprendizes teriam que repetir até que as memorizassem.

Em contraponto a isso, hoje esse boom da utilização das novas tecnologias no ensino de línguas é justamente para apurar as práticas de linguagem. Ou seja, para qual objetivo ou em que contexto o falante de língua inglesa vai se comunicar, não somente na comunicação oral, mas também nas diferentes formas de escrita e leitura. Esse conceito vem sendo abordado fortemente desde a chegada da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), em dezembro de 2017, em sua terceira versão, e que traz orientações do desenvolvimento das práticas em cada eixo temático.

Por isso, se você é um professor que almeja trabalhar cada vez mais com as tecnologias em suas aulas, é importantíssimo que tenha em mente três conceitos: TICs, TACs e TEPs.

As Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) se referem aos recursos tecnológicos que permitem que as pessoas se comuniquem de maneira mais fácil e democrática. Ao pensar nas TICs, tenha em mente que elas são ferramentas capazes de tratar a informação, bem como armazená-la, administrá-la e transmiti-la (Economia TIC, s.f.), como o uso de notebooks, celulares, tablets, bem como internet, softwares, aplicativos, entre outros. Pense na utilização instrumental desses recursos e isso será exatamente o que as TICs representam.

Para colocar em prática a utilização destes recursos, basta pensar em quais dispositivos você gostaria de ter em sua sala de aula, considerando a infraestrutura da sua escola e sua realidade. Existe um espaço adequado para que os estudantes trabalhem com notebooks? Eles podem trabalhar com seus próprios celulares? Há a possibilidade do trabalho de pesquisa utilizando esses dispositivos? Essas são algumas perguntas que podem ser feitas ao se pensar na utilização das TICs.

Entretanto, como profissionais da educação, não podemos simplesmente comprar dispositivos e deixá-los nas mãos dos estudantes sem pensar em uma estratégia didática, um planejamento de ensino e utilização dos recursos com uma finalidade pedagógica. Por isso, surgiram as Tecnologias de Aprendizagem e Comunicação (TACs).

As TACs tentam orientar as tecnologias da informação e comunicação (TICs) para usos mais formativos, tanto para o aluno como para o professor, com o objetivo de aprender mais e melhor. Trata-se de influenciar especialmente os métodos, os usos da tecnologia e não apenas garantir o domínio de uma série de ferramentas computacionais. Em suma, trata-se de conhecer e explorar os possíveis usos didáticos que as TICs têm para aprender e ensinar. Ou seja, as TACs vão além de apenas aprender a usar as TICs e apostam por explorar essas ferramentas tecnológicas a serviço da aprendizagem e da aquisição de conhecimento (Lozano, 2011. P. 46).

Portanto, se seu objetivo é fazer com que os estudantes desenvolvam a leitura e escrita em Língua Inglesa, é preciso definir uma sequência didática que envolva leitura de gêneros textuais diversos, reescrita de histórias conhecidas pelos alunos e atividades com jogos em aplicativos desenvolvidos para este fim.

Com isso, o resultado que você espera, como professor de Língua Inglesa, é que seus estudantes consigam se comunicar melhor. Então, por que não utilizar tablets para que sua turma produza vídeos diversos colocando em prática a temática do seu planejamento, em situações reais na escola? Ou quem sabe elaborar um jornal informando sobre assuntos que eles gostam de falar como música, moda, esportes, séries etc.? Com a organização prévia do docente, é possível investigar, analisar e avaliar melhor o desempenho dos alunos, auxiliando-os a se desenvolverem ainda mais na comunicação em Língua Inglesa.

Conforme o envolvimento e o engajamento dos estudantes vai se intensificando, poderemos partir para práticas mais aprofundadas, com a aplicação das Tecnologias de Empoderamento e Participação (TEPs). Imagine sua turma utilizando as habilidades e competências tecnológicas desenvolvidas para dar opiniões, produzir e participar da construção do ambiente, resolver problemas e criar e transformar sua realidade? Segundo Montero (2016), em relação às TEPs, “supõem o seguinte passo natural na evolução do universo digital; a tecnologia ao serviço da sociabilidade humana, que se baseia, querendo ou não, em fenômenos de participação e influência”.

Portanto, ao utilizar as TACs de maneira adequada, certamente seus alunos desenvolverão habilidades importantes de interação, identificação de informações, inferências, planejamento do discurso, entre outros, e, consequentemente, todas essas habilidades estarão à disposição do estudante para que ele consiga gerar conhecimento e opinar sobre acontecimentos defendendo seus pontos de vista respeitosamente, a fim de que as TEPs aconteçam de maneira satisfatória.

Percebam que a utilização das tecnologias na escola simboliza um caminho a ser percorrido tanto pelo aluno quanto pelo professor. O docente deve ter em mente que a aprendizagem por meio dos recursos tecnológicos requer planejamento, organização e, acima de tudo, intencionalidade pedagógica. Desta maneira, o professor conseguirá engajar seus estudantes na interação com os conteúdos até chegarem ao ponto de transformarem os ambientes em que estão com seus conhecimentos bem fundamentados.

Não se preocupe! O grupo Vitae Brasil, por meio do programa Línguas Estrangeiras, tem materiais completos para te ajudar a dar o primeiro passo em direção a estas transformações, focados desde a Educação Infantil até os Anos Iniciais do Ensino Fundamental, atraindo a comunidade escolar, as famílias, os gestores, os professores e os alunos.

Venha conhecer e dê um passo a mais em direção ao aprendizado tecnológico.

Acesse o Portal Planneta Educação e garanta hoje todos os nossos Materiais Educativos Gratuitamente!

 

Referências bibliográficas:

Lozano, Roser (2011). De las TIC a las TAC: tecnologías del aprendizaje y del conocimiento. Anuario ThinkEPI, v. 5, pp. 45-47.

Economía TIC. (s.f). Concepto de TIC: Tecnologías de la Información y la Comunicación [Mensagem em um Blog]. Disponível em: https://economiatic.com/concepto-de-tic/. Acesso em: 5 jun. 2023.

Informações

Pular para o conteúdo