Segundo pesquisas realizadas pela OMS (Organização Mundial da Saúde), estima-se que, no planeta, uma em cada 160 crianças tem autismo. No Brasil, com população estimada em mais de 200 milhões de habitantes, acredita-se que há aproximadamente 1,25 milhões de pessoas com autismo, podendo variar de acordo com os estudos e sua variação referente ao número de pessoas.
Mas como é o cérebro de uma pessoa com autismo? Como ela aprende?
De acordo com os estudos realizados por ressonância magnética feita por pesquisadores britânicos e japoneses, verificou-se que o comportamento do cérebro dos autistas processa sinais sensoriais mais rápido que o normal. No entanto, no controle de impulsos motores, o processo é mais lento.
Nosso cérebro é dividido por dois hemisférios, sendo o direito associado para a criatividade e o esquerdo associado para a lógica. O Centro ABC Real Portugal, primeiro centro de análise do comportamento aplicado em Portugal, especializado no tratamento do Autismo e Atraso Global de Desenvolvimento, relatou que as regiões afetadas no cérebro são: Amígdala, Hipocampo, Tronco Cerebral, Córtex Cerebral, Corpo caloso, Gânglio basal e Cerebelo, sendo que cada um tem sua função no desenvolvimento do indivíduo. Todas essas regiões estão dentro dos dois hemisférios.
Grande parte dos autistas tem comportamento restrito, ou seja, não há muita interação social e comunicação com o mundo exterior. Por isso, as estratégias abaixo podem auxiliar no desenvolvimento de propostas de aprendizagem, tendo em vista a situação de aprendizagem remota na qual estamos inseridos.
Estratégias de ensino para auxiliar os familiares de alunos autistas
1 – Planejar
Como muitos autistas têm sua rotina estabelecida, é importante relatar o que ocorrerá naquele determinado tempo que reservou para desenvolver a atividade escolar. Além disso, é importante verificar a melhor forma de executar a atividade proposta com o aluno. Assim, se for possível, tenha em mãos dois planejamentos da mesma atividade, observando em qual opção o aluno se adequa melhor.
2 – Comunicação Visual
Por meio de figuras, quadros, fotos, desenho ou outros recursos visuais, mostre ao aluno qual será o desenvolvimento da atividade naquele tempo reservado, criando uma sensação mais confortável para ele. Exemplo: utilize uma prancha de comunicação.
3 – Conteúdos da Atividade
As atividades propostas devem ser divididas, sempre partindo das situações de nível fácil até que o aluno chegue a atividades de nível difícil, sendo aplicadas progressivamente (não dê toda a explicação da atividade de uma vez. Vá por partes).
4 – Comando
Durante as explicações das atividades, seja claro e objetivo, utilizando perguntas fechadas na atividade proposta e oferecendo duas opções de respostas para a escolha do aluno, por exemplo.
5 – Particularidades
Verifique como o aluno se sente mais confortável em aprender o que se pede, seja por meio de músicas, objetos, personagens ou outras formas de estímulo. Adapte para a atividade que será aplicada.
6 – Atividade Física
Em meio à proposta de aprendizagem aplicada progressivamente como mencionada na terceira estratégia, ofereça alguma atividade física ao aluno, pois, devido ao seu processamento rápido de informações, ele pode ficar agitado e deve liberar esta sobrecarga sensorial. (Exemplo: coloque uma música, dance e interaja com seu filho e, em seguida, volte aos estudos).
7 – Acredite
Caso não dê certo na primeira tentativa, tente aplicá-la novamente no dia seguinte. Respeite o tempo de desenvolvimento do seu filho e também o seu próprio tempo de assimilação das informações, sobretudo neste momento de pandemia. Tudo tem o seu tempo.
Importante: Caso ocorram mudanças de rotina, antecipe-as e apresente-as ao autista. Por exemplo: Se todos os dias no mesmo horário o aluno estuda e, em um determinado dia, ele precisar sair para uma consulta médica, avise-o antes, para que seu filho possa assimilar aos poucos a quebra na rotina. Observe seu comportamento e se ele se sentiu confortável com a mudança.
Apesar das estratégias citadas acima serem voltadas ao aluno com autismo, vale ressaltar que muitas delas podem ser aplicadas na rotina de todos os alunos. É importante entender ainda que cada ser humano é único e as estratégias apresentadas podem funcionar para uns e para outros não. O importante é tentar adequar para que seu filho possa continuar mantendo uma rotina de desenvolvimento da aprendizagem.
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