A pandemia fez com que as escolas precisassem passar por uma grande modificação, tanto na forma de ensinar, quanto na maneira como interagem com os alunos. Embora o desafio tenha sido enorme em todas as esferas, a educação de jovens e adultos (EJA) traz uma preocupação a mais: a grande chance de evasão escolar.
Afinal, esse público, em grande parte, é afetado pela crise econômica e pelo desemprego, que cresceu durante a pandemia. Sem contar que, vários deles, precisaram transformar a casa em escritório e tiveram que aprender a lidar com essa mistura de família, emprego e escola, em um mesmo ambiente.
Enquanto os menores têm a família para estimulá-los a estudar, os alunos jovens e adultos são os responsáveis por incentivar os demais. Dessa forma, a carga de atividades aumenta, o que maximiza as chances da desistência dos estudos durante esse período chamado de “novo normal”.
Por isso, ao trabalhar com jovens e adultos o professor precisa se preocupar não apenas em transmitir o conteúdo, mas também em motivar o aluno a prosseguir. Veja algumas dicas que podem ajudar nesse processo.
Evasão escolar de jovens e adultos e a sua relação com a renda
Enquanto alguns perderam emprego durante a pandemia, outros tiveram os rendimentos afetados. Tudo isso pode influenciar diretamente na taxa de evasão escolar de jovens e adultos. Pelo menos é o que sugerem os dados do IBGE
De acordo com a Síntese de Indicadores Sociais 2019, 11,8% dos jovens mais pobres, entre 15 a 17 anos, deixaram a escola sem terminar o ensino médio. Esse número é oito vezes maior, quando comparado aos estudantes, com a mesma faixa etária, que têm um poder aquisitivo melhor. Nesse caso, a taxa é de 1,4%.
Em épocas de crise, com a trazida pela pandemia, a chance da desigualdade social influencia ainda mais nessas diferenças de taxa de evasão. Por isso, é de suma importância que a escola crie ações práticas, que ajudem jovens e adultos a permanecerem na escola.
Dicas para ajudar jovens e adultos a permanecerem na escola
Para tentar manter os estudantes presentes, durante e após a pandemia, é importante que a escola direcione os seus esforços e os da sua equipe no combate à evasão. Veja algumas dicas.
Esteja presente na vida dos alunos
Durante a pandemia, as pessoas já estão se sentindo desamparadas em diferentes áreas. O isolamento social faz com que elas se distanciem dos familiares, amigos e até dos colegas de trabalho. A escola precisa fazer um caminho oposto, ou seja, buscar a aproximação.
Para isso, é indicado oferecer diferentes canais de comunicação e procurar pelos estudantes. Enviar mensagens, convites para eventos on-line ou até dicas de coisas rotineiras, podem ajudar a estreitar o relacionamento.
Jovens e adultos devem ter na escola um local de apoio. Por isso, é indicado que a instituição deixe claro que compreende o momento e está pronta para ajudar.
Dê alternativas de estudo
Além do conteúdo on-line, que é o que vem sendo mais adotado, é indicado ter alternativas que atendam a diferentes perfis. Como nem sempre as pessoas gostam dessa interação virtual, oferecer apostilas ou até emprestar livros pode ajudar nesse momento. Notícias, filmes e músicas também podem ser alternativas interessantes de ensinar e motivar jovens e adultos.
Estimule encontros virtuais
Incentivar a troca de experiências entre os alunos é uma boa prática. Isso ajudará a amenizar as angústias e até na troca de dicas úteis para os momentos que estão enfrentando. Para isso, a escola pode agendar encontro on-line e integração entre eles.
Além disso, é interessante incentivá-los a disponibilizarem uma maneira de contato para os colegas. Isso aumentará as chances de interação. Essas ações aumentam o engajamento, encurtam as distâncias e promovem a motivação.
É momento de flexibilização
É função da escola ensinar e cobrar resultados e boas notas. Prazos, entregas de trabalho e interação são importantes. No entanto, como o momento é especial, pode ser indicado flexibilizar datas e minimizar as cobranças.
Isso passa a ser ainda mais importante na educação de jovens e adultos. Essas pessoas tendem a sofrer um grande impacto, social e econômico. Muitos estão tendo que trabalhar dobrado, para ganhar menos, enquanto outros perderam a sua renda.
Por isso, a escola deve considerar atuar, ainda mais, como uma parceira desses alunos. Isso irá colaborar para que eles permaneçam estudando agora e depois que tudo passar.
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