Depois de quase dois anos sem aulas, o retorno às atividades presenciais pode ser muito desafiador para crianças com ou sem necessidades especiais. Dessa forma, caberá ao professor ter um cuidado a mais com o processo de socialização de todos. Para isso, os jogos acabam sendo grandes aliados, até mesmo para trabalhar a educação inclusiva.
Em suma, os jogos se tornam uma ferramenta interessante para estimular a interação, ajudar os estudantes a adquirirem conhecimento e desenvolver diversas habilidades. Mas claro que, para que isso seja possível, é preciso escolher atividades que promovam estímulos adequados à faixa etária.
A importância da educação inclusiva
O IBGE estima que mais de 46 milhões de brasileiros possuam alguma deficiência. Mesmo esse grupo representando mais de 20% da população, no dia a dia, as pessoas ainda encontram dificuldades e, muitas vezes, são discriminadas.
Para que esse problema social seja, pouco a pouco, diminuído, é preciso ensinar as crianças a respeitarem as diferenças e a entenderem que a diversidade faz parte da sociedade. Isso ajuda a fortalecer o repertório emocional e social dos pequenos. Afinal, com a educação inclusiva é possível desenvolver:
- a empatia;
- as habilidades emocionais;
- resolução de conflitos;
- a tolerância;
- o respeito;
- a solidariedade;
- a autonomia;
- os limites;
- a concentração;
- a coordenação motora;
- a atenção;
- o raciocínio;
- a criatividade;
- as interações sociais, entre outros.
Por fim, é preciso enfatizar que a educação inclusiva vai muito além de colocar alunos com deficiência em uma sala de aula qualquer. Ela deve acontecer na prática, ao adotar ferramentas que facilitem o aprendizado desses alunos e ao oferecer uma estrutura física adequada. É preciso lembrar que esses estudantes devem ter os seus direitos respeitados.
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Benefícios dos jogos na educação inclusiva
Os jogos aproximam os alunos e, por isso, acabam sendo uma ótima ferramenta para estabelecer vínculos entre as crianças. Quando aplicados em sala de aula com uma perspectiva inclusiva, eles auxiliam na eliminação de barreiras e permitem a participação de todos.
Quando eles são elaborados respeitando as particularidades do grupo, auxiliam a fortalecer o fato de que todos têm habilidades especiais. Ao mesmo tempo, permite que as crianças percebam que elas podem ter dificuldades também e que precisarão da ajuda de outros. Isso auxilia no ensinamento do respeito e também de que todos são diferentes e possuem suas particularidades.
Mas para que tudo dê certo, o docente precisa ter alguns cuidados como, por exemplo:
- Estimular as crianças a participarem da brincadeira;
- Ter a certeza de que o jogo escolhido está de acordo com o que todo o grupo precisa;
- Garantir que o ambiente é adequado e facilita a locomoção de cadeirantes;
- Ficar atento às possíveis restrições que a criança possa ter em relação à atividade proposta. Para isso, observar as recomendações dos pais e profissionais da saúde;
- No caso de jogos de cartas, se a turma tiver crianças com deficiência física, usar o segurador de cartas;
- Não permitir manifestações discriminatórias no grupo;
- Oferecer brincadeiras que quebram preconceitos em relação ao gênero;
- Preferir interações que valorizem as capacidades.
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Exemplos de jogos inclusivos
Veja algumas alternativas de jogos que podem ser usados na educação inclusiva.
Jogo da memória
Essa brincadeira é tradicional, mas precisa de algumas adaptações para que todos possam brincar. O interessante é que estimula a memória, a concentração e o raciocínio.
Para que todos participem, é indicado contornar as peças com tinta plástica para que elas fiquem em alto-relevo e facilite a identificação por alunos que tenham alguma deficiência visual. Também é possível colar algo, que deixe um relevo, que possa ser sentido pela criança, para que ela consiga brincar. Botão, purpurina, algodão, entre outras, são boas opções.
Jogo de dominó
Para que crianças com deficiência visual consigam jogar dominó, é só fazer pingos de cola quente no local com marcação. Isso deixará as peças com alto-relevo para que as crianças sintam. Uma dica, nesse caso, é vendar todos os participantes, para que eles joguem sem ver.
Vôlei sentado
O vôlei sentado é um jogo que pode ser adotado nas aulas de educação física. Ele faz parte das paraolimpíadas e não precisa de muitas adaptações para ser feito. A rede tem que ser mais baixa, de 1,15m no masculino e 1,05m no feminino. Já a quadra deve ter 10m de comprimento por 6m de largura.
Por falar em inclusão, a escola precisa estar preparada também para receber alunos autistas. Veja algumas dicas.
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