professora contando história pra alunos sentados no chão

A escrita foi reservada, nos primórdios, à elite na atualidade, estendida a todas as pessoas, independentemente de condição socioeconômica, embora ainda enfrente uma resistência por parte das pessoas que apesentam uma série de desculpas para o fato de absterem-se desse ato.

Muito além de ver a escrita como porta de entrada para a educação e bons empregos, devemos considera-la a porta de saída para a liberdade do pensamento, do autoconhecimento, da criatividade, da autonomia, da criticidade e, também, do poder de ler e entender as entrelinhas existentes em todos os textos, ou seja, quem escreve e entende o que lê deixará de ser a massa de manobra tão necessária para aqueles que querem, das formas mais abomináveis possível, manterem-se no ‘poder’.

Para escrever não é necessário, pelo menos no momento em que se criam as ideias, ter conhecimento da gramática, como muitas pessoas pensam, mas, durante o processo, ela será primordial para que o texto chegue às mãos do leitor de forma primorosa.

A nossa língua é riquíssima: formada por cerca de 600 mil palavras e falada por, aproximadamente, 280 milhões de pessoas; considerada a 5.ª língua mais falada no mundo. Há um dia especial dedicado a ela: 5 de novembro, o Dia nacional da língua portuguesa. A data foi escolhida em homenagem a Ruy Barbosa, nascido em 5 de novembro de 1849, e um grande estudioso do idioma.  Foi criada em 12 de junho de 2006, por meio da Lei nº 11.310.

Motivos para comemorar não faltam. E para incentivar quem queira escrever também não, já que no dia 25 de julho comemora-se o dia do escritor. Essa data é nacional. Para a felicidade dos amantes da escrita, o dia 13 de outubro é dedicado, internacionalmente, ao público apaixonado pelas palavras.

Mas, se estamos falando de escrita, de escritores, de datas comemorativas as ideias que saem das mentes e materializam-se, por meio de palavras, nos mais variados meios de divulgação, o que é necessário para que ela chegue aos nossos alunos, tornando-os aptos a escrever?

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Crenças limitantes

Várias são as ações necessárias, por parte do poder público, das escolas, da sociedade, mas, principalmente, daqueles que desejam escrever e ainda não acreditam em seu potencial.

Como professores, direcionaremos as ações para a sala de aula, acreditando que esses alunos que aprendem e apaixonam-se pela escrita serão os disseminadores do ofício na sociedade.

O primeiro passo será conhecer as crenças que os limitam, trabalhando de forma árdua para mostrar-lhes que não são verdadeiras. Mencionaremos, a seguir, algumas delas, que ouvimos constantemente durante nossos trabalhos.

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Medo do papel em branco

Surge em virtude das cobranças que o aluno sofre constantemente, que associam a escrita à gramática. Uma solução seria desenvolver atividades que os deixem tão à vontade quando estão exercendo essa prática nas redes sociais. Fazê-los visualizar o papel ou tela em branco a um amigo com quem estejam conversando.

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Escrever é um dom

Eliminar nos alunos a crença de que só escreve aquele que possui dom é tarefa fundamental, pois a escrita é uma habilidade que todos podem desenvolver, desde que não fiquem parados e aguardando que as ideias surjam, como num passe de mágica.

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Um ato espôntaneo, que não exige emprenho e está desligado da leitura

Um dos grandes problemas ao se enveredar pela arte da escrita é a falta de leitura, pois ela aumenta o repertório do aluno, concorrendo para que ele tenha ideias e informações, e consiga, dessa forma, argumentar ou defender pontos de vista de maneira consistente.

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Algo desnecessário no mundo moderno

A evolução tecnológica é importante, em todos os aspectos da vida, uma vez que a utilizamos em nossa vida profissional, pessoal, intelectual e social. Mas o uso indiscriminado das redes sociais por parte do aluno pode acarretar sérias consequências para a sua formação, em todos os aspectos, visto que está transportando para o dia a dia uma linguagem usada para uma comunicação rápida, sem critérios.

Ele precisa entender que a escrita digital é um caminho sem volta, haja vista os processos seletivos, provas e entrevistas realizadas virtualmente.

Ao professor caberá a tarefa de realizar atividades que mesclem essa linguagem, permitindo ao próprio aluno entender que, dependendo da situação, não poderá deixar de usar a norma padrão da Língua Portuguesa, respeitando suas regras.

Sem contar que muitos perderam a prática da escrita manual. Exemplo dessa afirmativa é o fato de tirarem foto do quadro, mesmo que escondido, para não copiarem nada.

As situações apresentadas são preocupantes, pois, se queremos formar alunos que escrevem, críticos, seres humanos plenos, temos de desmistificar essas crenças e levá-los ao protagonismo da própria existência. Protagonismo que não será completo se o aluno não souber escrever.

               

Como se aprende a escrever na escola?

Atualmente, o texto na escola é visto como um produto, ou seja, o aluno é intimado a escrever sobre algo e, ao final de 50 minutos, precisa apresentar o resultado, sem tempo para reflexão crítica ou adquirir conhecimento sobre o tema que discorre.

Para que esse aprendizado seja significativo, necessário que o aluno se encante com aquilo que faz, participando ativamente da construção de seu próprio texto, em todas das etapas.

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A pedagogia do encantamento

Encantar é submeter (algo, alguém ou a si mesmo) à ação de encanto. Esse constitui-se no cerne da Pedagogia do Encantamento: levar o aluno à ação de encantamento com a escrita e consigo mesmo.

A Pedagogia do Encantamento fornecerá subsídios para que o professor possa contribuir para o desenvolvimento da competência linguístico-textual-discursivo do aluno, de acordo com Simka (2020).

O docente terá papel fundamental nessa transformação, visto que a relação professor e aluno tem de ser humana, evitando que o desenvolvimento da habilidade de escrita seja comprometido.  

O tema produção de texto, de forma diferenciada, já vem sendo trabalhado pelos professores Cida Simka e Ségio Simka, que encontraram voz na Wak Editora, que publicou, entre outros títulos, A prática de produção de textos em sala de aula (2012) e Prática de escrita: atividades para pensar e escrever (2019).

A Pedagogia do Encantamento transforma a sala de aula em um lugar prazeroso, pois municia o professor uma metodologia que permite aos alunos, no lugar do silêncio e da opressão que sentem hoje, a possibilidade de libertarem a criatividade, a criticidade, a autonomia, a liberdade para serem quem de fato são, ou desejam ser.

Não podemos afirmar que formará escritores, mas pessoas satisfatoriamente evolvidas com a escrita sim, pois elas terão condições para fazer uso das palavras escritas no seu dia a dia, em qualquer tipo de comunicação, e de forma consciente, com argumentos sólidos, deixando nas palavras a sua marca de protagonismo.

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