Entenda como estratégias e práticas de Inteligência Emocional proporcionam a melhora da saúde mental na vida de educadores, pais, responsáveis e alunos.

Você já ouviu falar do janeiro branco? A campanha brasileira busca conscientizar a população sobre a importância da saúde mental. Foi criada em 2014 por psicólogos de Uberlândia, Minas Gerais, e desde então tem se expandido por todo o país.

O mês de janeiro foi escolhido para a campanha porque é o início do ano, um momento em que as pessoas muitas vezes refletem sobre suas vidas, estabelecem metas e buscam mudanças.

O objetivo do janeiro branco é mobilizar a sociedade em favor da promoção da saúde mental, estimulando o diálogo sobre questões relacionadas ao bem-estar emocional e psicológico e tem desempenhado um papel significativo ao chamar a atenção para essas questões e encorajar as pessoas a buscarem ajuda profissional quando necessário.

O branco tem 67 tons e simboliza inocência e pureza. Representa também o início, a vontade de começar algo novo. O branco traz amplitude e honestidade a um ambiente assim como uma sensação de paz.

O papel crucial da Inteligência Emocional nas escolas

A inteligência emocional refere-se à capacidade de compreender e gerenciar as próprias emoções, bem como a habilidade de lidar efetivamente com as emoções dos outros.

Lembrando que um estado de espírito positivo traz a força do otimismo. Uma boa risada traz vantagens intelectuais para alguma solução criativa.  Da mesma forma, um estado de espírito negativo pode prejudicar a memória e fazer com que tomemos uma decisão medrosa ou cautelosa em excesso.

Por isso, a inteligência emocional desempenha um papel crucial na promoção da saúde mental, contribuindo para o bem-estar emocional e psicológico da comunidade escolar.

A forma como as perturbações emocionais podem interferir na vida mental é impressionante. Todas as emoções são em essência, impulsos, legados pela evolução para uma ação imediata.

Conter um impulso é pensar antes de agir, leva milésimos de segundos e podem modificar o destino de muitas pessoas. É fundamental lançar luz sobre questões importantes para a saúde mental e para a sociedade como um todo, incluindo os pilares da inteligência emocional que são a autoconsciência, a regulação das próprias emoções, a empatia e a regulação das emoções na vida social.

Este mecanismo complexo, muitas vezes referido como cérebro social, é responsável pela nossa capacidade de nos conectarmos, nos comunicarmos e formar relacionamentos com outras pessoas.

Quem surge primeiro a emoção ou as alterações do corpo?

Segundo o Prof. Guilherme Brockington, a melhor definição para emoção é um conjunto orquestrado de alterações no corpo. Os pesquisadores se perguntam quem surge primeiro a emoção ou as alterações do corpo, por exemplo: seu coração dispara porque você está com medo ou você está com medo e seu coração dispara?

Isso nos faz perceber que não é sobre a amigdala estar associada ao medo, mas porque o medo está presente em determinados momentos no seu dia. Como lidamos com ele?

Precisamos compreender o que se passa no corpo como resposta aos sentimentos que lidamos internamente a todo momento. Damásio diz que as emoções são desencadeadas após um processo mental de avaliação que é voluntário e não automático. Em virtude da natureza de nossa experiência, há um amplo espectro de estímulos e situações que vieram se associar aos estímulos inatamente selecionados para causar emoções’’.

Damásio diz ainda que a reação emocional não é algo ruim, ela pode atingir alguns objetivos úteis, por exemplo; esconde-se de um predador ou demonstra raiva em relação a um competidor. Ele explica que o processo não termina com as alterações corporais que definem uma emoção.

A importância da relação emocional com a aprendizagem

A emoção não está separada da cognição, ou seja, para aprender é preciso que o aprendente se emocione, que haja curiosidade sobre o tema e assim haverá foco e concentração. 

Emoção não é só um bem-estar num espaço, ela é o que nos leva a tomar decisões corretas. Diversas pesquisas revelam a importância da relação emocional com a aprendizagem.

Emoções positivas geradas nos primeiros anos escolares repercutem no prazer para aprendizagem mais a frente. Os resultados de pesquisas demonstram a importância potencial do prazer escolar para o desempenho educacional.

Estratégias e práticas de Inteligência Emocional para aplicar nas escolas

Investir no desenvolvimento da inteligência emocional nos alunos pode ser benéfico para a prevenção de problemas de saúde mental e para a promoção de um bem-estar geral. Essas estratégias podem contribuir para uma vida mais equilibrada e satisfatória, promovendo tanto a inteligência emocional quanto a saúde mental.

Isso pode ser feito por meio de práticas como a meditação, a prática da atenção plena (Mindfulness), o aconselhamento psicológico e a busca de apoio social. Estudos sugerem que a meditação pode ter impacto até mesmo no seu DNA. A prática diária de Mindfulness pode ir além do bem-estar emocional e ter implicações genéticas.

Há evidências sólidas de que essas práticas contemplativas podem diminuir e reverter os danos moleculares causados pelo estresse. Ou seja, existem evidências de que a meditação pode contribuir para redução da inflamação e melhora da saúde.

As cinco dimensões de comportamento para uma vida mais feliz

Para uma vida com melhor qualidade e saúde mental o professor Tal Ben Shahar nos ensina que a felicidade é a combinação do bem-estar físico, emocional, intelectual, relacional e espiritual. Significa que podemos trabalhar essas cinco dimensões de comportamento para uma vida mais feliz.

·       Físico: Cuidar da saúde e da conexão corpo e mente (alimentação, sono, atividade física, manejo do estresse);

·       Emocional: lidar melhor com as emoções, ser mais positivo e resiliente;

·       Intelectual: tem a ver com o que lemos, ouvimos, como gastamos o tempo e onde colocamos nossa atenção;

·       Relacional: ter um relacionamento positivo consigo mesmo e com os outros (inteligência emocional);

·       Espiritual: Não é necessariamente. Religião, mas a busca de uma vida com propósito, com sentido.

Estudos da Neurociência do professor Richard Davidson mostram que a felicidade é uma habilidade: pode ser aprendida, cultivada, desenvolvida e praticada. Quando pensamos em saúde mental, precisamos avaliar aquilo que é essencial para nós, para nosso bem-estar físico e mental e para nossa felicidade.

Concluímos que as pessoas precisam aprender mais sobre o autoconhecimento, refletir sobre suas escolhas e encontrar caminhos para conquistar o bem-estar no seu dia a dia, garantindo assim, a saúde mental.

 

Autor:

Sheyla Baumworcel. Professora, Psicopedagoga e especialista em Neuroaprendizagem. Autora dos livros infantis “Dicionário Amoroso de Valores” e “Livro da Vida- pensar, sentir e se emocionar”, publicados pela WAK Editora.

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